domingo, 4 de dezembro de 2011

Inimigos informáticos

Todos sabemos que os sistemas informáticos só funcionam se houver electricidade. Tudo o que possa afectar o correcto abastecimento eléctrico dos computadores, afectará o seu funcionamento. A água por exemplo é um desses elementos externos que não é compatível com os circuitos eléctricos. Instalações de servidores ou bancos de memória em caves ou pisos baixos, poderão ficar vulneráveis a fugas de água em pisos superiores. Mas há muitos outros factores que podem afectar o desempenho da novas tecnologias. A temperatura muito alta ou muito baixa é outra das causas das avarias informáticas, pelo que deveremos evitar deixar o nosso portátil em longas exposições ao sol quente de verão ou levá-lo connosco para estâncias de esqui com temperaturas muito negativas. O fogo é também uma das ameaças embora já existam muitas soluções profissionais de prevenção e segurança contra incêndios, especialmente em Centros de Dados. 
As radiações electromagnéticas também podem prejudicar a correcta utilização dos dispositivos electrónicos. Embora existam e sejam cumpridas muitas das normas de protecção rádio-eléctrica pelos fabricantes dos actuais modelos de computadores, telemóveis ou outros dispositivos multi-media é sempre prudente evitar zonas de fortes campos electromagnéticos como linhas de alta tensão, antenas ou determinadas zonas industriais, especialmente onde hajam motores eléctricos de grande potência.
Outra fonte preocupante de radiação é o espaço celeste. Precisamente. O universo à nossa volta vai enviando para a terra uma enorme variedade de radiação e, apesar do escudo electromagnético natural do nosso planeta, há sempre situações e zonas de vulnerabilidade que podem deixar acontecer situações de alguma gravidade. A NASA emitiu (2009) um alerta sobre a possibilidade de ocorrência de tempestades solares entre 2011 e 2013 que poderão emitir radiações de tal forma potentes, podendo danificar todo o tipo de equipamentos electrónicos à superfície da Terra. Em poucos minutos, sem qualquer possibilidade de aviso atempado das autoridades, podemos ficar, por vários dias, semanas ou meses, sem energia eléctrica, telemóveis, internet, água, transportes e todo o tipo de serviços dependentes das novas tecnologias. Só os dispositivos guardados a grandes profundidades na terra ou devidamente protegidos em caixas metálicas resistentes aos potentes raios gama libertados pelo fúria solar, estarão a salvo. A reconstrução de todas as zonas danificadas poderá demorar meses ou anos com custos incalculáveis para  uma nova economia totalmente dependente dos computadores, podendo mesmo originar uma gigantesca mudança civilizacional.
Quem sabe se o hábito de guardarmos alguns documentos impressos papel não será uma boa ideia ?!
Outro dos grandes inimigos informáticos faz parte também da natureza: o homem. Os chamados hackers, técnicos de software altamente qualificados com uma apetência doentia de quebrar todos os níveis de segurança instalados nos sistemas de informação, conseguem ter acesso aos servidores das mais variadas empresas e instituições e alterar, destruir ou tornar públicos dados críticos e confidenciais.
Numa vertente mais passiva o homem pode também ajudar a boicotar a produtividade e conforto que as novas tecnologias trazem ou pretendem trazer normalmente a todos nós. Basta a simples resistência à mudança de algumas formas tradicionais para novos métodos de trabalho e está criado mais um inimigo ou um batalhão de inimigos informáticos.
Há algumas pessoas de certa idade que me dizem estar receosas de uma sociedade demasiado tecnocrata e, por isso, não querem usar o computador para algumas coisas. Nem elas sabem o poder que têm. É graças a elas que algumas coisas ainda funcionam quando há avarias técnicas graves e será graças a elas que os computadores continuarão a evoluir ainda mais.

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