terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A ditadura da tecnologia nas organizações

Muitas organizações tornaram-se 100% dependentes da tecnologia nas últimas décadas. Dada a produtividade e conforto que adquiriram os seus colaboradores e gestores, à partida parece ter sido uma evolução positiva. Faz-se hoje muito mais, em menos tempo e com menos recursos. A questão que começa AGORA a ter cada vez mais importância é:
Qual a capacidade de adaptação das tecnologias de que as organizações dependem, a novos desafios de mercado, novos produtos e serviços, novos concorrentes, nova legislação? Quão ágeis as tecnologias deixaram as empresas para as mudanças que precisam fazer continuamente?
O mundo não pára.


Estes são alguns dos pontos mais quentes relacionados com este tema:
1 - Quão rápido evoluem tecnologicamente algumas aplicações mais antigas sem perder o conhecimento e os dados lá memorizados?
2 - Quão abertas são e qual a facilidade e custo de migração de dados de soluções antigas para novas soluções?
3 - E a direção de sistemas de informação? Está ela aberta à mudança ou prefere navegar seguramente em áreas que já conhece e domina, travando constantemente os pedidos de evolução tecnológica ou novas abordagens de desenvolvimento?
4 - Os programadores é que ditam as regras a que têm que obedecer as novas aplicações de negócio, de forma a não perderem o controle dos dados e a tecnologia em que assentam ou é o negócio que determina o futuro, tendo os programadores que se adaptar com novas abordagens?
5 - Os investimentos realizados numa dada aplicação ou tecnologia são de tal modo avultados que ninguém tem coragem de mudar e instalar algo muito mais simples e eficaz?
6 - Uma aplicação central domina o negócio da empresa. Com que facilidade se gere a atualização das dezenas ou centenas de outras que gravitam em seu torno quando se evoluiu essa aplicação central para uma nova versão?
7 - Como se assegura por longa data o arquivo histórico digital de dados e aplicações em múltiplos formatos e tecnologias?
8 - Afinal quem tem mais poder na organização? O gestor ou o tecnocrata?

Uma organização dependente de muitos e variados fornecedores tecnológicos tem hoje um problema complicado para gerir. Como manter tudo atualizado, integrado e a funcionar com custos controlados?
Mas uma empresa dependente apenas de um pode não ter a vida mais facilitada. Qual a capacidade, rapidez e custo de evolução de cada um dos cenários?
Estou pessoalmente convencido que algumas das tecnologias e até dos técnicos informáticos de muitas organizações que, durante uma largo período de tempo foram vitais para a sua modernização, são agora dispensáveis e muitas vezes até prejudiciais à sua evolução. Uma pequena equipa competente, interna ou externa, é suficiente para assegurar as operações vitais.
Julgo também, por outro lado, que algumas das novas tecnologias que por vezes dão entrada nas empresas não trazem nada de novo e servem apenas para aumentar custos e ineficiências. Por exemplo, só porque está na moda, não me parece que colocar o pessoal da contabilidade a usar tablets para inserir dados seja um procedimento mais produtivo.

A questão é, até que ponto os gestores deixam que a tecnologia domine e mine de tal forma o negócio que passem a ser vítimas de ditadura tecnológica e, sempre que queiram avançar por novos e inovadores caminhos, estejam presos nas suas garras mais conservadoras, poderosas e dispendiosas.

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